Olá, pessoal! No último post, demos início a um papo onde trouxemos alguns dos itens que condicionam um projeto de arquitetura. Naquela ocasião, nos detemos a abordar com mais intensidade o quanto a vontade e gosto dos clientes deve direcionar um projeto, devendo ser respeitado e prevalecer no resultado da obra. Neste texto, trataremos de uma outra variável do projeto arquitetônico, tão influente quanto a vontade do cliente: o custo estimado da obra.
Todas as pessoas que estão planejando fazer uma obra, seja construção nova ou reforma, precisa saber um custo estimado para realização daquela vontade. É comum que clientes que não costumam construir ou reforma com frequência não tenham uma ideia precisa em relação a isso. Embora exista índices oficiais que estipulam um custo estimado de construção por região, como o CUB do Sinduscon, por exemplo, estas previsões são genéricas e por isso, não garantem tanta precisão.
O custo de uma obra pode variar muito de acordo com o local onde a obra está inserida, o tipo de estrutura que esta obra utilizará, o prazo em que ela será executada, o tamanho da equipe que nela trabalhará, assim como os acabamentos que serão utilizados para a execução da obra, como revestimentos, louças e metais sanitárias, entre outros.
Em nossos projetos, nos preocupamos em informar ao cliente, a todo momento, sobre os custos previstos pra sua obra. Desde o primeiro momento, dialogamos com construtores parceiros e passamos uma previsão inicial do custo da execução. A medida que o projeto arquitetônico caminha e vamos tendo mais informações definitivas sobre os materiais que serão utilizados na execução da obra, vamos atualizando a previsão inicial feita com os construtores e repassamos aos clientes, deixando-os cientes das possibilidades. Graças a isso, conseguimos fazer ajustes no projeto, caso o orçamento esteja extrapolando a disponibilidade do cliente.
Quando finalmente chegamos a última etapa do projeto de arquitetura, o Projeto Executivo, já temos todas as informações necessárias para que seja elaborado o orçamento definitivo daquela obra. Somente nesta etapa, o construtor consegue dar um custo de obra preciso, sem falhas, porque o Projeto Executivo detalha todas as informações necessárias para a perfeita execução da obra.
Nós, arquitetos e arquitetas, devemos assumir esse papel de orientador do cliente também no quesito custo de obra, uma vez que vivenciamos continuamente estas questões, e temos mais conhecimento que os clientes. É claro que surpresas com aumento do custo de execução prejudicarão clientes, arquitetos, construtores, todos os envolvidos. Em muitos casos, corremos o risco de não ter a obra completa, ou muitas vezes ela é desfigurada, sendo executada com adaptações prejudiciais que manterão o custo dentro da previsão do cliente.
Aqui no escritório, sempre dialogamos com os clientes para saber quais são suas prioridades de custo. Alguns clientes optam por fazer maior investimento em acabamentos de revestimento, outros em mobiliário, outros em peças de arte, cada um tem sua preferência. Cabe a nós, como arquitetos e orientadores, direcionar, junto com o cliente, os seus investimentos. Se sabemos que determinado cliente prioriza mobiliário e não se importa tanto com metais sanitários, especificaremos torneiras e duchas de boa qualidade, porém com preços intermediários, enquanto buscaremos móveis de maior requinte.
Assim, fica claro que a atividade do arquiteto extrapola a realização do projeto. Ela precisa ser complementada com essa orientação ao cliente, aumentando a possibilidade de sucesso na execução da obra, o sonho do cliente. Informar ao cliente sobre as possíveis adversidades que serão enfrentadas em todo o processo, orientá-lo para investir dinheiro onde ele mais precisa e ajudá-lo a se programar para ter uma obra saudável é essencial para que no fim do serviço tenhamos uma bela obra executada e não apenas imagens em 3d de algo que poderia ter sido.