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SOBRE

Com o sonho de construir a casa ideal deles, um verdadeiro refúgio cercado de mata e natureza, o casal de clientes se planejou durante anos. Inicialmente, compraram uma casa bem simples, mas localizada em um terreno incrível, com um declive bem acentuado, na região de Aldeia, em São Lourenço da Mata-PE, para testar como seria morar nessa região. Adoraram e se identificaram muito com o local. Logo em seguida, surgiu a oportunidade de adquirirem dois terrenos vizinhos à casa deles, e que já possuíam, cada um deles, um esqueleto construído, formado de pilares, vigas e uma laje, do que iriam ser casas idênticas à que eles haviam adquirido. Então, os clientes compraram os dois terrenos e neles decidiram fazer a casa com que tanto haviam sonhado e que, por morar no terreno ao lado, conseguiriam acompanhar todo o processo de construção bem de perto.

PROJETO

O projeto teve como premissa a manutenção das duas estruturas existentes, a fim de diminuir custos e tempo de obra. Com isso, várias das decisões projetuais foram tomadas a partir dessa ideia. Estudamos a melhor forma de setorizar a casa, de modo que atendesse aos desejos dos clientes e fosse o mais econômico possível. 

Sendo assim, para não sobrecarregar as estruturas existentes, decidimos desenvolver apenas um pavimento, o térreo, acima dessas estruturas. O outro pavimento ficaria abaixo delas. Isso gerou uma solução que engana quem visualiza a casa a partir da rua, pois, como o terreno é em declive, a princípio, percebe-se somente um pavimento.

No que chamamos de térreo, dispusemos sobre uma das lajes a garagem para dois veículos e a lavanderia. Sobre a outra laje criamos um terraço descoberto e ajardinado, que servirá para a prática de Ioga. É por esse terraço que se tem acesso à casa.

No espaço vazio que havia entre as duas lajes, propusemos uma cobertura com pergolado e vidro, onde mantivemos a topografia original do terreno e criamos um grande espaço ajardinado. Esse vazio, que passou a ser de pé direito duplo, funciona como um hall de chegada e de distribuição para os demais setores da casa.

Quando se desce a escada helicoidal que propusemos para ligar os pavimentos, se chega no nível abaixo das lajes existentes. Em uma delas ficou o setor social, com salas de estar e jantar e a cozinha, todos os espaços integrados. Abaixo da outra laje ficou o setor íntimo, com os três quartos e o home office.

A partir do hall de pé direito duplo e do setor social se tem acesso ao deck e a piscina com borda infinita, ambos em contato direto com a mata que cerca a casa.

Outro ponto muito importante no projeto foi a relação com a paisagem. Ao mesmo tempo em que voltamos toda a residência para essa vegetação, integrando exterior e interior através de grandes esquadrias, propusemos que a descoberta dessa paisagem fosse sendo feita aos poucos pelo usuário que adentra à casa.

Desde a fachada frontal há uma espécie de membrana feita com tijolos maciços assentados com diferentes espaçamentos, de forma a permitir maior ou menor grau de visualização através deles. À medida que o usuário vai seguindo o percurso proposto de acesso, ele vai tendo pequenas amostras do que o aguarda. Quando se completa a descida da escada e se chega ao pavimento inferior, a paisagem é totalmente descortinada e a pessoa se vê imersa em meio à mata.

Com relação aos materiais, optamos por uma mescla com o tijolo maciço, o concreto das estruturas existentes e o aço da estrutura metálica usada na cobertura da garagem e do vazio central. O uso da estrutura metálica nos acréscimos propostos por nós serve, além de ser mais leve e não sobrecarregar a estrutura existente, para demarcar o que é novo. 

Vista da casa a partir da mata vizinha ao terreno e para onde ela se volta. O projeto usa da declividade do terreno para disfarçar o número de pavimentos. Quem observa a casa a partir da rua, imagina que ela tem apenas um andar.

Em função da declividade do terreno, no acesso à casa imagina-se que se trata de uma residência térrea. Criamos uma malha de tijolos maciços com espaçamentos diferentes de uns para os outros para criar um degradê, onde a paisagem da mata vai se revelando aos poucos.

No acesso propriamente dito há uma pequena abertura que anuncia ao usuário o que está por vir.

No teto de uma das lajes existentes e reaproveitadas foi pensado um terraço descoberto, com jardineiras, que será usado como local de contemplação e prática de ioga.

Quando o usuário acessa a casa encontra um grande vazio de pé direito duplo, coberto com pergolado metálico e vidro. Esse vazio é o espaço que separava as duas lajes existentes e foi usado como hall de acesso e de distribuição para os demais setores da casa.

No vazio central a topografia original do terreno foi mantida, criando-se a partir disso um jardim interno, como forma de lincar com o ambiente externo e criar um espaço de amenidade dentro da residência.

O vazio de pé direito duplo conecta as áreas social, íntima e de lazer.

Quando se completa a descida da escada helicoidal o usuário dá de frente para a mata, descortinando a paisagem para onde a casa se volta e completando o percurso iniciado desde o acesso onde gradativamente a paisagem foi sendo revelada.

O deck em madeira natural se conecta diretamente ao bloco onde foram locadas as salas de estar e jantar e a cozinha.

A piscina com borda infinita e revestida em pedra hijau se volta para a mata. A natureza se funde com o ambiente construído.

A partir da piscina é possível visualizar o vazio central de pé direito duplo bem como a área social da casa.

Aproveitando a estrutura existente, fizemos uma ampliação em uma das lajes, em direção à mata, para abrigar melhor o quarto de casal.

À noite a casa se ilumina e novas nuances, que não se percebem durante o dia, são descobertas.

Diagrama de concepção. Lajes existentes e aproveitadas.

Diagrama de concepção. Acréscimo do quarto de casal, deck e piscina.

Diagrama de concepção. Acréscimo das paredes em tijolo maciço.

Diagrama de concepção. Acréscimo da cobertura metálica.

Diagrama de concepção. Projeto completo.